sábado, 3 de janeiro de 2009

Foi-se o 2008

E é assim. Terminou o ano 2008 e a vida continua sempre, sem parar nem esmorecer com o andamento pautado pelo relógio, que nunca se atrasa nem adiante. Este 2008 teve a particularidade de reencontrar camaradas (strictu sensus), que já não se reviam há decadas e que, tendo partilhado o periodo de instrução em conjunto, foram em seu tempo seguindo para as várias colónias, pomposamente chamadas de Provincias Ultramarinas. Espero que neste novo ano de 2009, consigamos juntar-nos todos numa comemoração do tempo em que privamos juntos e partilhar histórias desse periodo e das diatribes porque passamos na nossa pasagem pelas colónias de África, que hoje, apesar de independentes não souberam aproveitar nem preservar as poucas coisas boas que a colonização portuguesa, a bem ou a mal lhes deixou.
Basta verem as cidades, como eram e como estão agora, para não falar na produção agricola e industrial existente à época versus a actual.
Apesar de não ter conhecido a Guiné, já visitei todas os outros novos países, e sem querer ferir susceptibilidades, o único país que aparenta não ter sofrido desgaste e se observa algum desenvolvimento é Cabo Verde, mas nesse a guerra não se fez sentir.
Em Angola onde tive o previlegio de viver dois anos da minha vida, tendo-a visitado recentemente, verifico o desejo de rápido progresso e desenvolvimento, mas pergunto á custa de quê e de quem? Considero este um dos países mais rico de África e dos mais bonitos, mas pergunto? Onde está a educação? Onde está o ordenamento territorial? Onde e como está a Segurança Social? Por onde pára a Planificação? Porque a única coisa que se consegue ver a olho nú é a proliferação do guetto à volta da antiga capital, sem qualquer sinal de mudança objectiva.
Pode ser uma visão limitada, misógena, mas enquanto não me demonstrarem o contrário é a que tenho e com a qual fico.
Mas ficam aqui os meus votos de que o ano de 2009 seja um ano de desenvolvimento/investimento não só neste cantinho há beira mar plantado e com umas ilhas para despistar, mas para todos os países do mundo e a crise que se cuide.

A.Heleno